10/12/2025
Mercado de flores dribla ano atípico e deve crescer até 8%, segundo a Ibraflor
O mercado brasileiro de flores e plantas ornamentais encerra 2025 com perspectivas positivas, apesar de um cenário considerado atípico para o setor. De acordo com Renato Opitz, presidente da Ibraflor (Instituto Brasileiro de Floricultura), as projeções indicam um crescimento de 7% a 8% para 2026, sustentado por investimentos em tecnologia, logística e práticas sustentáveis.
Opitz explica que períodos de Copa do Mundo costumam gerar retração nas vendas. O público destina mais tempo e recursos aos eventos esportivos, fazendo com que o consumo de flores caia no período.
“As pessoas acabam saindo mais, se reunindo em bares e restaurantes. Nesse mês e meio, as vendas caem e isso se torna um problema. Também vai depender do clima político. Essas duas grandes variáveis não são favoráveis ao setor”, afirma.
Mesmo assim, a cadeia produtiva apostou em melhorias internas para compensar os desafios externos. “Acreditamos que, mesmo assim, o mercado deve crescer até 8%, porque temos trabalhado fortemente para melhorar a qualidade e a entrega das flores no ponto de venda o mais rápido possível”, completa.
Os avanços incluem ampliação da frota de caminhões refrigerados, capacitação de varejistas — especialmente supermercados — e melhorias estruturais nas operações de comércio eletrônico.
O aprimoramento da logística tem sido essencial para garantir maior durabilidade das flores, reduzir perdas e acelerar o tempo entre colheita e ponto de venda, estimulando a recompra.
Segundo Opitz, práticas de energia limpa e manejo sustentável têm ganhado força. Entre os investimentos mais frequentes estão:
uso de energia solar;
sistemas de captação e tratamento da água da chuva;
independência hídrica nas propriedades;
rastreabilidade e informações detalhadas para o consumidor final.
O público está cada vez mais atento à origem e à conservação dos produtos, reforçando a necessidade de processos mais transparentes e eficientes.
A floricultura brasileira é considerada um dos segmentos mais tecnificados do agronegócio. Com produção contínua ao longo dos 12 meses do ano, o setor reúne:
mais de 1.000 espécies;
mais de 10 mil variedades comerciais;
sistemas modernos de irrigação, genética, manejo e cultivo protegido.
Os produtos são divididos em cinco grandes grupos:
Flores de corte (buquês, arranjos, decoração).
Flores em vaso (orquídeas, kalanchoes).
Plantas verdes (folhagens ornamentais).
Plantas para paisagismo.
Gramas (uso ornamental e esportivo).
Diferentemente de commodities como soja ou milho, o mercado de flores apresenta desafios para mensurar volumes exatos, já que os produtos variam em formato, porte e comercialização — de pequenos vasos a plantas de vários metros.
Mesmo assim, a produtividade e a tecnologia empregadas têm garantido crescimento consistente. Nos anos anteriores, a expansão média girou em torno de 10%, e para 2025 a expectativa é de um avanço de 8%.
Com o fortalecimento da infraestrutura, adoção de energia limpa e investimentos em qualificação, a Ibraflor projeta um 2026 de estabilidade e expansão para a cadeia de flores e plantas no Brasil.
Fonte:Notícias Agrícolas | Ibraflor – Instituto Brasileiro de Floricultura
Adaptado pela equipe da Rural Total News