01/12/2025
A China prorrogou por mais dois meses a investigação que avalia possíveis medidas de contenção sobre as importações de carne bovina, segundo informações oficiais divulgadas pelo governo de Pequim e reportadas pela agência Reuters. O novo prazo estende o processo até 26 de janeiro de 2026, aliviando temporariamente a pressão sobre os exportadores globais — especialmente o Brasil, maior fornecedor individual da proteína ao mercado chinês.
Essa é a segunda prorrogação desde que a investigação foi aberta, em dezembro de 2024. Em agosto de 2025, o governo chinês já havia estendido o prazo anterior por mais três meses. Agora, nova análise amplia a janela de avaliação, sob a justificativa de que o caso possui “alta complexidade”.
Segundo a Reuters, qualquer decisão negativa — como tarifas adicionais, cotas ou salvaguardas — poderia afetar diretamente grandes fornecedores, incluindo Argentina, Austrália e Brasil.
A analista Even Rogers Pay, diretora da consultoria Trivium China e especialista em monitorar decisões estratégicas do governo chinês, avaliou o cenário como “atípico”:
“A extensão curta de apenas dois meses é incomum. Isso sugere que as autoridades não estão tão próximas de chegar a uma conclusão quanto alguns rumores do setor indicavam”, disse ela à Reuters.
A especialista também destacou que as próximas semanas serão politicamente movimentadas na China, além de coincidirem com feriados importantes em países exportadores de carne bovina. Por isso, a ampliação do prazo permitiria que todos os envolvidos terminem as negociações e análises internas antes da decisão final.
A China importou 2,87 milhões de toneladas de carne bovina em 2024, volume recorde. Entre janeiro e outubro de 2025, as compras somaram 2,41 milhões de toneladas, alta de 2,8% frente ao mesmo período do ano anterior.
A prorrogação da investigação reduz temporariamente o risco de interrupções no fluxo comercial, especialmente em um momento em que o Brasil busca recompor as vendas externas após meses de volatilidade no mercado internacional.
Fontes: Reuters / Portal DBO
Adaptação: Rural Total News.