MERCADO DO BOI GORDO INICIA NOVEMBRO COM ARROBA FIRME E EXPECTATIVA DE NOVAS ALTAS


08/11/2025


O mercado do boi gordo entrou em novembro de 2025 sustentado por fundamentos positivos, mas com um pregão mais cauteloso na virada da semana.

De acordo com levantamento da Agrifatto, as primeiras sessões do mês foram marcadas por altas consistentes em diversas praças, refletindo três pilares:

  • escalas de abate enxutas,
  • exportações em patamar robusto,
  • e reação gradual do consumo interno, tradicional do último bimestre do ano.

Na quarta-feira (5/11), seis regiões monitoradas pela consultoria (entre elas São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia e Santa Catarina) registraram ajustes positivos na arroba. Já nesta quinta-feira (6/11), o movimento foi de estabilidade nas 17 praças acompanhadas, sugerindo um momento de acomodação após as recentes valorizações.

Pelos dados da Scot Consultoria, em São Paulo os preços ficaram de lado:

  • boi gordo destinado ao mercado interno em torno de R$ 320/@,
  • “boi-China” próximo de R$ 325/@,
  • vaca gorda ao redor de R$ 298/@,
  • novilha em cerca de R$ 312/@ (valores brutos, a prazo).

Tendência de curto prazo

Para a primeira quinzena de novembro, a Agrifatto mantém projeção de tendência de valorização moderada. O destaque fica por conta dos frigoríficos de menor porte, que têm encontrado maior dificuldade para compor escalas e acabam pagando mais para garantir oferta, especialmente em regiões onde o confinamento já começa a esvaziar.

No mercado futuro, porém, o tom foi mais defensivo: mesmo com a firmeza no físico, o contrato de novembro na B3 encerrou o pregão anterior ao redor de R$ 328/@, com queda em relação ao dia anterior, refletindo realização de lucros e cautela diante das variáveis externas.

China em compasso de espera

No front internacional, o mercado chinês segue atuando de forma mais lenta, pressionando os preços da carne bovina brasileira embarcada.

A Agrifatto destaca que os importadores da China:

  • negociam volumes menores,
  • buscam descontos,
  • e aguardam a conclusão das investigações sobre o aumento das importações e eventuais medidas de controle ou salvaguardas, previstas para o fim de novembro.

Além disso, a realização da Exposição Internacional de Importação da China, em Xangai, contribui para o compasso de espera nas decisões de compra. Nesse contexto, os negócios com carne bovina brasileira têm sido fechados em faixa mais baixa, entre US$ 5.400 e US$ 5.800 por tonelada, segundo a consultoria.

Em resumo

O quadro combina:

  • boi físico firme no Brasil, com espaço para avanços pontuais na arroba,
  • frigoríficos menores mais agressivos na compra,
  • e China ainda cautelosa, exigindo atenção ao câmbio e à evolução das negociações internacionais.

Para o produtor, o momento é de monitorar de perto escalas, prêmios de exportação e o comportamento da demanda chinesa, ajustando a estratégia comercial para capturar as janelas de melhor preço.

Fontes: Portal DBO, Agrifatto, Scot Consultoria. Conteúdo adaptado por Rural Total News.