01/11/2025
A chegada do período chuvoso reacende um alerta conhecido da
pecuária: a mosca-dos-chifres (Haematobia irritans). Com um ciclo
biológico acelerado por calor e umidade, o inseto encontra condições ideais
para se multiplicar justamente durante a estação de monta, quando a
reprodução exige mais equilíbrio sanitário e nutricional do rebanho.
Em entrevista ao Giro do Boi (Canal Rural), o
médico-veterinário Felipe Pivoto explicou que, nas águas, o ciclo da
praga pode se completar em cerca de sete dias, elevando rapidamente a
pressão de infestação. Segundo o especialista, o estresse contínuo das
picadas — realizadas por machos e fêmeas — aumenta o cortisol, o que
prejudica a expressão de cio, atrasa a ovulação e pode elevar perdas
embrionárias precoces, com queda de 20% a 30% na taxa de prenhez em
cenários de alta infestação. Pivoto também cita impactos produtivos: animais
parasitados tendem a perder ganho de peso ao longo da estação. 
O desafio é quase permanente em regiões quentes e secas,
onde podem ocorrer até 30 gerações por ano; no Centro-Oeste, essa
sazonalidade pode chegar a algo em torno de 19 a 22 gerações, mantendo pressão
relevante por vários meses. Diante desse quadro, a recomendação central é agir
de forma preventiva:
Para sistemas de leite, a orientação segue a mesma
lógica, observadas as carências e rótulos dos produtos escolhidos e o
conforto nas salas de ordenha.
A mensagem para a estação: sanidade e reprodução caminham
juntas. Ao tratar o controle da mosca-dos-chifres como frente estratégica —
e não apenas reativa — o produtor protege fertilidade, bem-estar e
desempenho do rebanho nas águas.
Fonte: Entrevista com o médico-veterinário Felipe
Pivoto ao programa Giro do Boi (Canal Rural). Conteúdo adaptado pela
Rural Total News.