China não compra soja dos EUA pela primeira vez e Brasil amplia espaço no mercado


11/09/2025


Pela primeira vez na história, os Estados Unidos iniciam a colheita da safra de soja sem nenhum contrato fechado com a China, maior importadora mundial do grão. O impasse é resultado direto da guerra comercial desencadeada pelo governo de Donald Trump, que elevou tarifas e ampliou as tensões bilaterais, aumentando a pressão sobre os produtores americanos.

Segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em anos anteriores os chineses já haviam garantido milhões de toneladas neste mesmo período: 3,9 milhões em 2024, 6,3 milhões em 2023 e 11,4 milhões em 2022. Em 2025, o número é zero.

Enquanto isso, o Brasil ocupa o espaço deixado pelos norte-americanos. Exportadores nacionais já fecharam contratos de cerca de 8 milhões de toneladas para setembro e outros 4 milhões para outubro, volumes recordes. A Argentina também avança, enviando farelo de soja para atender à demanda chinesa de ração animal.

A American Soybean Association (ASA), que representa os produtores dos EUA, alerta para o risco econômico e financeiro da ausência da China no mercado americano e pede ao presidente Trump que priorize a negociação com Pequim, incluindo a remoção de tarifas retaliatórias.